20 de jul. de 2009

A Questão da Sustentabilidade

A evolução do conceito de sustentabilidade passa pela compreensão de um processo histórico que começou na filantropia e evoluiu para uma permanente batalha contra todas as misérias humanas. De acordo com o Relatório Brundtland “ser sustentável é conseguir prover as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras em garantir suas próprias necessidades”. Este relatório foi encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a então primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland, no qual, foi publicado em 1987 sob o nome de Relatório Brundtland.

A sustentabilidade é um compromisso com o futuro, não é uma meta que possa ser atingida, mas um caminho que as organizações devem trilhar em busca de melhores soluções para os problemas humanos, sejam eles econômicos, sociais ou ambientais. Nenhuma tomada de decisão está isenta de impactos e todos eles devem estar previstos de forma a poderem ser neutralizados ou minimizados.

Ser sustentável é, portanto, o exercício cotidiano da responsabilidade e da busca da satisfação dos associados, fundadores, beneficiários, parceiros, colaboradores e a comunidade, para colocar a organização em uma nova trajetória, no qual, sua ação possa ser perene e parte do processo civilizatório que deverá levar a sociedade humana a ter mais e uma melhor qualidade de vida nas próximas décadas. Essa é a busca da perenidade das empresas e outras organizações através da sustentabilidade (SILVA, 2008).

Uma organização sustentável precisa ser economicamente lucrativa, ambientalmente correta e socialmente responsável. As ações são partes da gestão e não apenas pontuais. A sustentabilidade é a excelência na otimização dos recursos em busca do alcance dos objetivos.

O pensamento antigo é a busca pela sobrevivência somente através de doações e captações de recursos. A sustentabilidade necessária traz a ótica de que as captações e doações são incentivos para que a organização possa dar os primeiros passos e encontrar formas para se estabelecer perante o âmbito social em que atua.

Segundo Albuquerque (2006), a mobilização de recursos não é apenas assegurar recursos novos ou adicionais, mas também otimizar os recursos já existentes, aumentando a eficácia e a eficiência dos planos, além de conquistar novas parcerias e obter fontes alternativas de recursos financeiros. A captação de recursos é uma maneira de tornar ainda mais público o trabalho desenvolvido pela organização. Traz também ampliação da base social ou número de pessoas envolvidas, aumenta o número de voluntários; aumento de credibilidade e alavancagem dos projetos.

A necessidade de novos adeptos capacitados à causa é um dos grandes desafios enfrentados por essas entidades, reforçando o caráter essencial de mecanismos que favoreçam o alcance desse objetivo. Muitas organizações sem fins lucrativos ainda não perceberam a necessidade do profissionalismo, então encaram esse novo perfil de profissional como “estranhos no ninho”.

Os desafios da sustentabilidade além do levantamento e da aplicação adequada de recursos financeiros, implica investimento no desenvolvimento das pessoas que fazem parte da organização, melhorando a qualidade dos serviços e adequando-os às necessidades das comunidades. Com a tendência do crescimento do Terceiro Setor, aliada a concorrência por recursos, passou-se a observar o crescimento da necessidade de se utilizar informações das mais diversas fontes dentro e fora das organizações.

Essa nova prática se faz necessária a fim de que a autonomia conferida às entidades do Terceiro Setor não seja utilizada de forma irresponsável. A legitimidade e o sucesso das ações praticadas só serão alcançados com a gestão e o controle eficazes de suas atividades, de maneira a promover o fortalecimento e sua sustentabilidade.

Aos usuários externos a indicação de uma sustentabilidade serve de base para a continuidade das contribuições, bem como para a análise de capacidade de geração de caixa que o habilite a cumprir com as obrigações intrínsecas ao seu funcionamento.
Assim, a necessidade de profissionalizar os seus quadros de colaboradores é latente. Atuar no Terceiro Setor com pensamento de Segundo Setor, excelência em gestão na busca da sustentabilidade com uma Empresa Social.

Algumas organizações sem fins lucrativos já sentem a necessidade de abandonar o amadorismo. Elas assimilam práticas empresariais, promovendo auditorias e recrutam executivos para ganhar eficiência. Hoje, o mercado percebe esta mudança. Sem muita procura encontramos cursos de especialização em gestão de organizações do Terceiro Setor. A necessidade de utilização de instrumentos que viabilizem e promovam a comprovação dos resultados faz da Gestão um diferencial competitivo diante da concorrência por recursos necessários à sua sustentabilidade, favorecendo a tomada de decisão e a boa administração dos recursos captados.

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