20 de mai. de 2010

Gerencie liderando, lidere empreendendo


Por Rydan Ravani, http://www.administradores.com.br/

Periodicamente, as organizações redistribuem suas posições gerenciais, seja por motivos administrativos ou em função de diretrizes da gestão. Em acréscimo, temos ainda a onda denominada globalização acompanhada do aumento de competitividade, onde as empresas forçosamente exercitam então processos de mudanças internas.

Observando esta movimentação, faz-se necessário identificar as características relevantes que levam o colaborador ao crescimento profissional e hierárquico em uma empresa, orientadas segundo três linhas de pensamento: organização com competência operacional, habilidades interpessoais, e empreendedorismo.

Embora seja possível observar uma coerência no acoplamento entre estas três correntes de pensamento, não necessariamente elas devam ser praticadas concomitantemente ou mesmo se uma delas seria a mais correta. Na verdade, a aplicabilidade de cada uma dependerá do momento em que vive sua empresa e em relação às ações identificadas pela gestão estratégica. A missão, os objetivos, as metas e os valores da organização definirão que tipo de desempenho se espera dos colaboradores com papel de coordenação.

Considerando a administração tradicional, o processo de identificação de colaborador com perfil para assumir a gerência de uma companhia, tende a considerar como maior peso os aspectos relacionados à primeira linha: organização com competência operacional. Para isso, porém, é preciso que o profissional tenha capacidade de planejamento, controle, acompanhamento das atividades, comunicabilidade e forte foco no processo.

Um gerente deve ter ainda capacidade de liderança, com aspectos interpessoais que o destacam na organização.

Enquanto a gerência tem uma conotação de obediência por parte de seus subordinados, uma vez que sua equipe pode ser conduzida simplesmente pela força do poder, o líder, ao contrário, é seguido pela sua equipe, onde a relação estabelecida entre eles, líder e equipe, é principalmente fundamentada na confiança recíproca para o atendimento dos objetivos. Para isso, o líder deve ter empatia, boa percepção, envolvimento e foco na equipe.

Uma especialização do líder resultando na terceira linha de pensamento é o chamado líder empreendedor, onde além das características referenciadas antes, possui aspectos que vão além do senso comum dentro da organização. Não, necessariamente, um empreendimento na organização deverá ser algo inédito ou inovador no mercado, daí, é válida a utilização de processos como, por exemplo, o benchmarking. O objetivo é incluir fatores diferenciais no contexto da sua organização, agregando valor para a mesma, seja num processo de trabalho, criação de um novo produto ou mesmo modificando seus serviços. Algumas características importantes que norteiam o perfil de um líder também empreendedor relacionam-se disposição em fazer acontecer, diversificação e criatividade, conhecimento de mercado, visão com ação, ousadia e foco no cliente.

Invariavelmente, estamos sempre tentando antecipar o futuro através de interpretações do presente e análises de tendências e, por conseqüência, sempre estaremos em meio a muitas mudanças. Isto significa que se deve destinar considerável parcela do esforço administrativo no entendimento a questões relacionadas a pessoas, pois estas constituem os agentes fundamentais de mudança – que, por coincidência, são também as mais resistentes, se comparados aos demais ativos da empresa.

Por fim, não há como fugir deste debate. Identifique o contexto em que sua empresa está inserida, o que ela espera de você, e em qual das três linhas de pensamento você orientará sua carreira. Ou surfa-se esta onda, ou resista e corra o risco de ser levado por um tsunami.

Rydan Ravani é coordenador da área de Desenvolvimento de Software da Unisys Brasil, especialista em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas e em Informática – Análise de Sistemas pela UFMG.

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