Por Samuel Gonsales*
Não é incomum em nossos dias que consumidores
pesquisem nas lojas virtuais, liguem nas centrais de televendas para tirar
eventuais dúvidas e acabem realizando a compra em uma loja física. Da mesma
forma não é incomum que consumidores vão até a loja física para ouvir dos
vendedores e consultores detalhes sobre o produto que estão adquirindo e acabem
comprando através do televendas e/ou na loja virtual.
Embora para os consumidores esse fenômeno seja um
excelente aliado para comprar melhor, com mais informação e pelo menor preço,
para a grande maioria das empresas o desafio de gerenciar múltiplos canais de
venda pode gerar inúmeros controles paralelos, erros e impactar no dia-a-dia
dessas organizações.
A tônica desse processo, no entanto, e que é
vastamente defendida pela maioria dos especialistas é a possibilidade de
oferecer ao consumidor um atendimento que o faça perceber que a organização o
conhece, que ela sabe com quem está falando, e isso deve independer do canal
que o consumidor escolha, gerando ao consumidor uma extraordinária experiência
de compra.
Para se ter uma idéia da complexidade do
gerenciamento das operações multicanal, é preciso compreender alguns dos
possíveis canais de venda que as empresas estão utilizando, seja no mundo
físico ou no e-commerce. Segue alguns exemplos de canais que a maioria das
empresas pode utilizar simultaneamente:
Loja física
Durante
as últimas décadas as organizações acreditavam que para se ter sucesso no
varejo era necessário ter lojas físicas, nos principais pontos de venda de
interesse do negócio e elas estavam certas, pois esse ainda é um dos principais
canais de venda em volume de transações no nosso país.
Foi
com base nesse paradigma que a grande maioria das redes varejistas se
estabeleceu, cresceu e continua movimentando a economia de nosso país e do
mundo.
Franquias
O
franchising nasceu da proposta de replicar o sucesso de uma determinada
organização através de estratégias de venda e distribuição de produtos e
serviços, onde o franqueador – detentor da marca – permite que franqueados
tenham a possibilidade de comercializar produtos, tenham acesso à estruturas operacionais,
tecnologias e consagrados modelos de gestão que são praticados com sucesso,
gerando assim valor a todo o ecossistema.
Não
é incomum que a maioria das grandes marcas de sucesso tenha lojas físicas e
franquias para aumentar a audiência de seus negócios e atender ao maior número
possível de consumidores e maximizar os ganhos.
Televendas
Tendo
como um de seus motores a televisão, o televendas gera possibilidades de
negócio extremamente atraentes, existindo inclusive emissoras de TV que focaram
todos os seus esforços de vendas nas últimas décadas exclusivamente nesse tipo
de canal, embora com o tempo tenham adotado as possibilidades de lojas físicas
próprias, franquias e comércio virtual.
O televendas, contudo, não se limita à televisão e atualmente é amplamente
utilizado pelos consumidores, tendo como principal pilar oferecer comodidade e
conveniência aos consumidores.
Rede de consultoras
Baseado
em um estilo de venda extremamente pessoal e personalizado no qual o(a)
vendedor(a) realmente conhece o(a) consumidor(a), pois em boa parte das vezes
ele freqüenta a casa ou convive na mesma empresa ou comunidade que o cliente.
Nesse tipo de canal os(as) vendedores(as) são normalmente denominados de
consultores(as) e prezam pelas reais necessidades do cliente.
O
atendimento é tão personalizado que, diferente da maioria dos outros canais,
nessa modalidade de vendas as consultas de crédito (Serasa, SPC, Anti-fraude, etc)
não são necessárias e consultoras e consumidores fecham apenas acordos verbais.
e-Commerce
Trata-se
de uma modalidade de comércio cujas transações são realizadas através de
plataformas eletrônicas.
Envolve
marketing para atrair os consumidores para as lojas virtuais, tecnologias que
permitam ao consumidor realizar seus pedidos de compra e processos de negócio
pensados para um mercado mais ágil e dinâmico.
É
o principal canal de expansão das empresas varejistas nos últimos anos e no
Brasil ainda está engatinhando e deve crescer vorazmente nos próximos anos,
pois boa parte das empresas que possuem lojas físicas, franquias e redes de
consultoras estão aderindo a esse canal de negócio, além é claro de várias
startups que tornaram-se sucesso em pouquíssimos anos.
f-commerce – Facebook Commerce
Os
números do Facebook como, por exemplo, quantidade de usuários, acessos diários,
tempo que as pessoas passam na rede social falam por si só e para muitas
empresas a opção de ter uma loja virtual dentro da rede social se mostrou uma
ótima opção. A idéia é gerar vendas através de uma vitrine de produtos dentro
do Facebook.
m-commerce –
Mobile Commerce
Com
a expansão e evolução das redes de telefonia móvel, das redes WI-FI e a
popularização dos smartphones e tablets, o consumidor está cada vez mais online
e com isso cria-se a possibilidade de realizar compras através dos dispositivos
móveis.
Já
existem inúmeras empresas realizando vendas através dos dispositivos móveis, o
que gera mais uma possibilidade de negócio para as organizações.
Marketplace – Shopping Center na internet.
Com
atuação muito semelhante aos shoppings centers físicos, a proposta é que os
consumidores encontrem tudo em um único lugar e na internet, dispensando na
hora de comprar os buscadores padrões. Muitos fornecedores de comércio eletrônico
já estão atuando com seus marketplaces e muitos lojistas já estão aderindo a
essa modalidade de comércio.
Como pode ser observado, de agora em diante as
organizações precisam estar prontas para todos os canais mencionados acima,
isso sem falar em lojas no console de vídeo games, lojas na TV Digital e lojas
nos carros através de consoles GPS que estão chegando.
Já é bem comum um consumidor comprar pela loja
virtual e optar por retirar a mercadoria na loja física, comprar na loja física
e pedir para entregar em sua casa, comprar online e realizar a troca em loja
física. Nesse cenário é fundamental que a organização esteja preparada para
ofertar uma experiência de compra padronizada independentemente do canal que o
consumidor escolha.
Deve haver, ainda, especial atenção com a
experiência do consumidor e para isso é fundamental que cada canal de
atendimento tenha conhecimento dos demais canais da organização, bem como da
abrangência da atuação de cada canal, de forma que se um mesmo consumidor
interagir através de diversos canais diferentes a empresa tenha condições de
coletar e gerenciar informações a respeito desse cliente, visando aumentar a
conversão.
Dentre as empresas que foram desafiadas a gerenciar
múltiplos canais, algumas já encontraram sistemas de gestão que conseguem auxiliar
na gestão de todos os canais mencionados acima em um único BackOffice e com
isso maximizar as vendas, aumentar a eficiência operacional e a lucratividade,
gerar inovações na experiência do consumidor e particularizar as formas de
atrair, atender e fidelizar os consumidores.
*Samuel Gonsales atua como
Gerente de Produtos (Back Office e-commerce e e-ERP) na Millennium Network,
professor universitário e articulista de diversos portais e revistas. É
especialista em sistemas de gestão empresarial tendo mais de 15 anos de
experiência.
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