4 de dez. de 2009

Michael Porter - O papel estratégico da responsabilidade social corporativa


Porter fechou o Special Management Program contando que recentemente, reforçaram-se as atividades entre as organizações comunitárias, no sentido de se envolverem diretamente no desenvolvimento das empresas.

“As organizações comunitárias podem e devem desempenhar um importante papel de apoio no processo. Mas a escolha da estratégia adequada se reveste de importância crítica e muitas organizações comunitárias precisarão alterar de forma substancial o modo de operação”. Embora seja difícil apresentar um conjunto de recomendações gerais a um grupo de organizações tão diversificado, o professor destaca quatro princípios que devem direcionar as organizações comunitárias no desempenho do seu novo papel.

Identificação e aproveitamento dos pontos fortes – devem identificar suas vantagens competitivas exclusivas e participar do desenvolvimento econômico com base numa avaliação realista de suas capacidades, recursos e limitações. Em face das raízes dessas organizações no atendimento das necessidades sociais das comunidades, será árduo para elas a colocação do lucro à frente da sua missão tradicional.

Esforço para mudar as atitudes de mão-de-obra e da comunidade – desfrutam de uma vantagem exclusiva, decorrente do conhecimento íntimo e da capacidade de influência das comunidades dos centros das cidades, suscetível de utilização para ajudar a promover o desenvolvimento empresarial. As organizações comunitárias têm condições de auxiliar na criação de um ambiente hospitaleiro às empresas, através do esforço de mudança das atitudes da mão-de-obra e da comunidade e mediante a atuação como elemento de ligação com os residentes, para atenuar a oposição infundada a novas empresas.

Desenvolvimento de sistemas de prontidão para o trabalho e de identificação de pessoal para o preenchimento de vagas – são capazes de desempenhar um papel ativo no recrutamento, triagem e indicação de empregados para as empresas locais. Uma necessidade premente entre muitos residentes dos centros das cidades é o treinamento de preparação para o trabalho, que inclui comunicação, autodesenvolvimento e práticas do local de trabalho. As organizações comunitárias, dotadas de conhecimento íntimo das comunidades locais, se encontram bem equipadas para proporcionar esse serviço em estreita colaboração com o setor.

Facilitação da melhoria e do desenvolvimento de áreas comerciais – as organizações comunitárias também são capazes de alavancar sua expertise em bens imóveis e atuar como catalisadores para facilitar a recuperação ambiental e o desenvolvimento de propriedades comerciais e industriais.

Porter destaca que o modelo econômico proporciona uma abordagem nova e independente da revitalização das comunidades urbanas carentes. No entanto, sua aceitação e implementação não estarão isentas de dificuldades. “Essas mudanças serão árduas para as pessoas e para as instituições. No entanto, são imprescindíveis”, afirma.

Segundo Porter, o setor privado, os governos, e as organizações comunitárias se defrontam com novos papéis de importância crucial para a revitalização da economia dos centros das cidades. Os empresários, os empreendedores e os investidores devem assumir um papel de liderança; e os ativistas comunitários, provedores de serviços sociais e burocratas do governo precisam prestar-lhes o indispensável apoio. “Chegou a hora de adotar uma estratégia econômica racional e estancar o custo insustentável das abordagens ultrapassadas”, conclui.

HSM Online
03/12/2009

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