10 de mar. de 2010

GIFE propõe visão do setor para a próxima década

Uma visão com os desafios e as principais linhas de ação propostas para o aprimoramento e expansão do campo do investimento social privado no Brasil. Esta é a proposta que o GIFE está construindo para ser lançada no 6º Congresso GIFE, nos dias 7 a 9 de abril, no Rio de Janeiro.

O documento, chamado de Visão do Investimento Social Privado para 2020, foi elaborado de forma participativa, não apenas com associados à Rede GIFE, mas também com organizações sociais convidadas a participar dos quatro encontros que fundamentam o material.

A visão para o setor consiste em três grandes eixos temáticos:

- Relevância e Legitimidade
- Abrangência (temática e geográfica)
- Diversidade de investidores

O primeiro eixo está relacionado à construção da legitimidade e relevância do setor como um todo. Considera-se, aqui, a melhoria da governança de quem investe, com medição de impacto e uma gestão transparente de suas ações.

O segundo discorre sobre a concentração do investimento social privado não apenas temática (educação, cultura e juventude), como também geográfica - predominantemente Sudeste. Segundo o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti, essa concentração se deve, em grande parte, à predominância do investimento corporativo, em comparação ao familiar ou comunitário.

“O investimento corporativo, mesmo o mais sofisticado e voltado ao bem comum, tem um limite: a própria marca. É muito raro uma empresa se envolver em causas ou ações sociais que podem gerar conflitos e polêmicas. Assim, é uma tendência destinar recursos a fins consensuais como educação e cultura, cujo potencial de risco é muito menor a temas como reforma agrária e defesa dos direitos humanos”, argumenta.

O terceiro eixo temático, desta forma, vem para suprir essas áreas, a partir de uma diversificação maior de investidores. Pesa para os próximos 10 anos, fomentar um ambiente mais propício para a criação de fundações independentes, sejam elas comunitárias, individuais ou familiares.

“O setor ainda é muito jovem no Brasil. A filantropia no país pode ser antiga, mas o investimento como defendemos, mais estruturado, planejado, monitorado e sistemático não é sequer adolescente”, explica Rossetti.

Segundo o secretário-geral, será lançada uma visão para dinamizar o setor. “Estamos em um bom momento no Brasil, com Copa do Mundo e Olimpíadas, para refletir sobre como o setor se consolida com a riqueza disponível hoje. Se continuarmos com uma cultura sem políticas públicas, não vamos sustentar esse bom momento. Precisamos pensar no longo prazo com três eixos: formação de recursos humanos para a área, desconcentração dos recursos e novos arranjos de investimento social”, acredita.

Fonte:http://site.gife.org.br/artigo-gife-propoe-visao-do-setor-para-a-proxima-decada-13660.asp

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