7 de abr. de 2011

Nova forma de financiamento

Procuram-se mecenas. Calma, não estamos falando dos ricos burgueses italianos que, lá pelo século 16, bancavam os trabalhos dos artistas do Renascimento. Hoje, os financiadores são outros: gente comum que se interessa em apoiar projetos de dança, música, educação, cinema, pesquisa, esportes e afins. Se você tem este perfil ou precisa de pessoas assim, vai gostar dos sites de crowdfunding. Recém-chegados ao Brasil, eles prometem encurtar as distâncias entre produtores e consumidores, além de reduzir a dependência em relação a editais de incentivo financeiro.

O crowdfunding não tem este nome à toa. Numa tradução livre, crowd é ´multidão` e funding, ´financiamento`. Esta é exatamente a lógica dos sites que seguem o modelo. Neles, qualquer pessoa pode oferecer um valor para ajudar a financiar uma iniciativa cultural, social, desportiva, educativa, tecnológica ou até de outros segmentos. Caso a proposta receba a quantia necessária para sair do papel dentro do prazo estipulado, os contribuintes recebem compensações, que variam conforme o tamanho da doação. Em geral, são brindes relacionados ao projeto. Por exemplo: se você ajuda a financiar um filme, pode ganhar uma camisa autografada pelos atores, um ingresso para a pré-estreia ou uma visita ao set de filmagem.

Se o prazo terminar e o valor desejado não for atingido, os contribuintes não saem perdendo. Em alguns sites, a quantia oferecida é devolvida integralmente. Em outros, o dinheiro só é debitado quando a proposta é financiada. Os administradores das páginas, porém, precisam torcer pelos projetos, já que ganham de 5% a 10% do total arrecadado por eles. 

Percentuais que agradam a Rosa Campello, gestora do Espaço Maria Helena Marinho, do Movimento Pró-Criança do Recife. No último dia 26, ela submeteu uma proposta sociocultural no Incentivador (www.incentivador.com.br). Se conseguir aprová-la, terá de destinar R$ 5 mil dos R$ 50 mil desejados para o site. 

Rosa está empolgada com o crowdfunding. Através dele, espera levantar, até julho, tudo o que precisa para trazer um coreógrafo ou bailarino de primeira linha ao Recife. A ideia é que, durante dois meses, ele ministre uma oficina para os beneficiados pelo Pró-Criança. Outra parte da verba custearia fardamentos e sapatilhas para o grupo de dança da entidade.


Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br

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