3 de nov. de 2009

Pressão pela responsabilidade


Por: Fernando Credidio

Dentro do processo de evolução, o conceito de sustentabilidade está incorporando uma série de outras condições, que tendem a criar um mundo melhor. O esforço não se restringe a preservar a natureza ou promover o desenvolvimento econômico e social; ele atinge as relações e o respeito às pessoas. Por isso, são também pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável, a estabilidade política, a democracia, a ética e a transparência.

As pressões para que uma empresa seja sustentável, produzindo lucros, mas, ao mesmo tempo, respeitando o meio ambiente e o bem-estar das pessoas, vem de várias frentes. Uma delas é imposta pelo setor financeiro, desde 2002, quando os maiores bancos do mundo se reuniram e definiram um conjunto de normas a serem aplicadas na hora da concessão de crédito. Esses critérios receberam o nome de “Princípios do Equador”. Por eles, só recebe financiamentos a empresa que, entre outras exigências, apresentar projetos que preservem a flora, a fauna e os recursos naturais; que garanta compensações em dinheiro para populações que, eventualmente, sejam afetadas pelo projeto; que garanta a proteção ambiental a comunidades indígenas; e que não faça uso do trabalho infantil ou escravo.

O objetivo é garantir a sustentabilidade, o equilíbrio ambiental, o impacto social e a prevenção de acidentes de percurso que possam causar embaraços no transcorrer dos empreendimentos, reduzindo também o risco de inadimplência.

A cada ano, as normas se tornam mais rígidas com a intenção de a empresa provar que está apta a cumprir esses preceitos, além de permitir auditoria externa sempre que o projeto for considerado de alto risco ambiental e social.

Fernando Credidio:
Professor, ensaísta, palestrante, facilitador de cursos em empresas e organizações e consultor em sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.

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